09.02.2018 - 10h20
 
Pesquisadores de SP descobrem que febre amarela pode ser detectada por urina e sêmen
 
Pesquisadores de SP descobrem que febre amarela pode ser detectada por urina e sêmen

Nada indica que pessoa possa pegar doença por contato sexual ou pela urina.



Pesquisadores de São Paulo descobriram duas novas formas de detectar a febre amarela, cujo diagnóstico era alcançado somente por meio do exame de sangue, informou o Bom Dia Brasil desta sexta-feira (9). Após exames em homem infectado foi confirmada a presença do vírus na urina e no sêmen.

Desde julho do ano passado, 98 pessoas morreram de febre amarela no país, de acordo com o mais recente balanço do Ministério da Saúde. No total, foram 1.286 casos notificados sendo 510 descartados, 353 confirmados e 423 em investigação.

Para se confirmar a contaminação, a única forma era o exame de sangue, mas pesquisadores da USP, da PUC e dos institutos Butantan e Emílio Ribas descobriram que é possível detectar a doença por meio do exame do sêmen e da urina, o que dá mais segurança aos diagnósticos.

O grupo de cientistas que publicou o estudo na revista da Agência de Proteção à Saúde do Governo dos Estados Unidos conseguiu isolar um vírus que estava na urina de um homem de 65 anos que sobreviveu após ser infectado pela febre amarela em Minas Gerais.

“No rim a gente achou o vírus. Então é muito provável que esse vírus na urina provavelmente seja em decorrência da infecção que está acontecendo no rim. Ele é excretado junto com a urina”, explicou Paolo Zanotto, que compõe o grupo de pesquisadores e é professor de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

Os cientistas acreditam o vírus no sêmen do homem infectado se deve ao fato de ele ser expelido pela uretra assim como a urina. Contudo, em mais de cem anos de estudo da doença, nada indica que uma pessoa possa pegar febre amarela por contato sexual ou pela urina.

Outro resultado importante foi a constatação de que o vírus da febre amarela sobrevive três vezes mais tempo na urina do que no sangue: pelo menos 21 dias.

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