O ex-ministro Antonio Palocci contou em delação premiada firmada com a Operação Lava Jato que, em 2007, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva quis testar se Palocci aceitaria a sua versão de que não sabia dos crimes cometidos pelos diretores da Petrobras.
Segundo relato do ex-ministro, Lula o chamou para uma reunião no primeiro andar do Palácio do Alvorada “bastante irritado” para contar que tomou ciência de que Renato Duque e Paulo Roberto Costa, diretores da estatal, estavam envolvidos em “diversos crimes”. O líder petista teria perguntado “quem era a pessoa responsável pela nomeação dos diretores”.
O colaborador, então, respondeu que era o próprio presidente. De acordo com o relato, Palocci teria lembrado também que “ambos os diretores estavam agindo de acordo com parâmetros que já tinham sido definidos pelo próprio Partido dos Trabalhadores e pelo Partido Progressista”.
“[Antonio Palocci] Acredita que Lula agiu daquela forma porque as práticas ilícitas dos diretores da estatal tinham chegado aos seus ouvidos e ele queria saber qual era a dimensão dos crimes, bem como sua extensão, e também se o COLABORADOR [Palocci] aceitaria sua versão de que não sabia das práticas ilícitas que eram cometidas em ambas as diretorias, uma espécie de teste de versão, de defesa”, diz trecho da delação.
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