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26.01.2015 - 12h05 Por Luzmar Oliveira
 
Saudades da minha velha Caetité - Por Luzmar Oliveira
 
 
Saudades da minha velha Caetité - Por Luzmar Oliveira
Foto: Arquivo Luzmar Oliveira
 

Alguém já parodiou Bandeira, aquele que era amigo do rei de Pasárgada, dizendo que vai embora pro passado. Se isso fosse possível, eu pegava carona e saltava na Caetité da minha infância e adolescência. A cidade dos sonhos de centenas de amigos que ali nasceram, ou apenas foram em busca da escola.

Hoje Caetité é uma cidade linda, limpa, sinalizada e cresce cada vez mais. Da simplicidade que conheci, restou quase nada. Mudou tudo. Desde as nossas escolas (das quais nos orgulhávamos tanto!), calçamentos de ruas, pessoas, poucos carros, comércio, padre, sacristão, vozes do coro da igreja, feira, até o clima...

Prefeito, por favor, faça uma praça pra nós igual a que tínhamos, com bancos com recosto, rapazes de pé ou sentados e moças desfilando em grupos, à espera do “flerte”, da cantada do rapaz... 

Faça uma feira onde as melancias e tangerinas eram amontoadas sobre couros de boi e a gente podia “roubar” algumas, como inocentemente o fazíamos...

Senhor diretor do IEAT, implante de novo um curso de magistério, tipo Escola Normal, e faça uma bela formatura de oitenta ou mais professores, como era antes...

Senhor bispo, faça renascer um “padre Osvaldo” com sua batina preta, cruzando rapidamente a praça, mas sendo “atacado” por um bando de crianças em busca de santinhos e balas!

E coloque dona Aida Silveira no órgão do coro da Catedral e a voz de dona Terezinha Bonfim cantando a Ave Maria...

Não se esqueça também, senhor prefeito, dos carros de bois e seu cantar... quero acordar com ele!

E ainda tragam de volta nosso Teatro Centenário que nos enlevava com peças mágicas e talentos tão caetiteenses! Nosso Mercado Municipal e tantos outros prédios antigos que derrubaram... 

Quero ainda a “furiosa” tocando nas procissões, os ritmistas com suas caixas e surdos nos desfiles escolares, os serviços de autofalantes dos cinemas e dos parques e circos mambembes.

Quero tomar sorvete em Dominguinho, chupar pirulito de açúcar queimado, comer os doces do “Gostosão”, correr atrás da Bela Vista e da Campineira...

Pois da minha doce e pequenina cidade, restou só lembranças. Cada vez que vou visita-la, procuro por algo que não existe mais e volto com a sensação que não procurei direito ou o fiz nos lugares errados.

Até na cultura, que era nosso galardão, fomos ultrapassados. Hoje sua população pouco lê, pouco escreve... pouco fala de teatro e cinema. Essa tradição caiu por terra. Pena. A terra de tantos intelectuais, hoje é rica terra de mineração e seus moradores preferem ficar ricos e poderosos. Não os culpo e nem os condeno. É a sociedade capitalista que domina o mundo, numa cultura totalmente americanizada, imperialista, imediatista.

Desaparece a simplicidade. Desaparece o orgulho do saber e prevalece o ter, o poder. 

O orgulho de estudarmos no melhor colégio do interior da Bahia foi substituído pelo de desfilar em carros importados, usar grifes finas, morar em palacetes...

Vasculhem as bibliotecas públicas e escolares e não vão encontrar um único volume dos escritores caetiteenses... coisa que era lei antigamente.

Ainda amo minha cidade, mesmo completamente mudada como está. Acho-a linda, gostosa, aconchegante, mesmo sem o frio delicioso, mesmo sem a água da passagem da pedra... sei que mudar é preciso, faz parte da lei da vida. E temos que aceitar, pois nada é para sempre.

E mesmo repleta de saudades, parabenizo minha terra. Cresceu, porque nada é imutável. Progrediu, é lei do Universo. Ficou bela, ficou chique, ficou linda! 



Por Luzmar Oliveira – [email protected] – Wsapp: 71 99503115 – 71 87527161

 
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