O retorno do horário de verão foi descartado pelo governo depois que o Ministério de Minas e Energia (MME) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) considerarem que o custo-benefício não justificaria a adoção da medida.
- O ministro Alexandre Silveira afirmou que o adiantamento dos relógios não foi considerado imprescindível para a segurança energética do país no atual momento.
A discussão sobre o retorno do horário de verão ocorreu em meio à crise hídrica, que vem afetando os reservatórios das hidrelétricas.
O objetivo seria ajudar no atendimento do pico de consumo, com a ampliação da janela da geração solar e a redução no acionamento das usinas térmicas.
Estudos do ONS apontaram que a adoção da medida neste próximo verão poderia resultar em uma economia de R$ 244 milhões a R$ 356 milhões, com o deslocamento da rampa de consumo e uma redução na demanda máxima noturna de até 2,9%.
- Não havia mais tempo hábil, no entanto, para colher a maioria dos benefícios, que ocorreria nos meses de outubro e novembro.
De acordo com o ministro, a decisão por não alterar o horário foi técnica e considerou os efeitos de outras medidas adotadas para lidar com a seca, como alterações nas vazões de rios onde estão localizadas grandes hidrelétricas e a retirada de gargalos na rede de transmissão.
Silveira ressaltou que a adoção da medida precisa ser considerada a cada ano, de acordo com a conjuntura.
A necessidade de atenção ao suprimento no pico da demanda continua.
Os diretores do ONS reforçaram a necessidade de contratação de potência para atender aos momentos de maior consumo.
- “A gente vai precisar fazer leilão todo ano”, disse o diretor Alexandre Zucarato.
A análise do órgão sobre a mudança nos relógios indicou que o horário de verão poderia gerar uma economia de R$ 1,8 bilhão por ano, com a redução da necessidade da contratação de potência.
A coletiva de imprensa do MME e ONS teve, ainda, comentários sobre a crise da Enel em São Paulo. Leia abaixo.